A CHEGADA DO TELEFONE EM ITAMBÉ

         Não há invenção que tanto tem facilitado a vida do homem quanto o telefone. Graças ao Imperador D. Pedro II, o Brasil foi o primeiro país do mundo a utilizá-lo, tão logo ele foi patenteado pelo seu inventor, Alexander Graham Bell.

      Mas, em Itambé, ele só chegou em 1963 no Governo do Sr. Osório Ferraz, quando foi instalada a linha indireta via telefonista. A estação ficava na Rua Higino Santos Correia de Mello na casa onde morava o ex-Vereador Sr. Dirceu Carneiro Filho (Ceceu).

A chegada desse aparelho de comunicação à cidade foi, sem dúvida, um dos acontecimentos que mais admiração tenham despertado à população da localidade, mesmo com o número reduzido de assinantes. O povo local ficou tão curioso para conhecer esse invento maravilhoso, que fazia os maiores sacrifícios para conhecê-lo, pegá-lo e falar nele. E os que o possuíam, até para o vizinho, queriam falar sem a menor necessidade.

 Trotes começaram a ser a maior novidade na cidade. E, quando contados eles nos grupinhos dos bares ou na ACRI, as pessoas, além de rirem às escâncaras, iam molestar suas vítimas em qualquer lugar.

Atualmente, o invento de Bell já invadiu a cidade com telefones fixos e móveis. Além dos orelhões já extintos na cidade e dos telefones fixos implantados em todo município, quase todo o mundo já possui o celular para falar à distância para qualquer parte do mundo diretamente.

A inauguração da chegada do telefone à cidade foi comemorada com festa, discurso e regada com bebida e salgados.  Além da bênção sacerdotal conferida pelo Vigário local, o Pe. Antônio Maria Polito, o evento foi objeto de discursos do Prefeito, Sr. Osório Ferraz, Vereadores e do Dr. Dirceu Carneiro, um bancário recentemente chegado à cidade.

A Monarquia caiu no país e o Imperador foi desterrado em Paris, onde morreu pobre, mas ovacionado de modo admirável pelo povo francês. Graças a sua grande visão, o telefone, que  ele implantou no pais, chegou a Itambé 167 anos depois para a facilidade de comunicação entre todos nós. Situação bem diferente do passado, quando só existia o Correio e a viagem era longa e penosa.