TEMPO DE NATAL EM ITAMBÉ E A ÉPOCA DOS PRESÉPIOS E DAS CEIAS

      Não há época do ano tão festiva e alegre quanto o Tempo do Advento e do Natal em Itambé! Quando não são as árvores e os pisca-piscas enfeitando a  Praça Osório Ferraz, são os atos litúrgicos repletos da unção e sacralidade que dimanam das Missas e cerimônias religiosas do seio da Igreja Católica Apostólica e Romana.

          Mas não é  só isto! Além dos belos presépios que a Paróquia costuma armar dentro da Matriz e no pátio da sua escadaria, são as árvores de Natal em quase todas as casas e no comércio.  Não podemos esquecer  de tantos presépios que a comunidade local e os Distritos de Catolezinho e São José do Colônia armam  todos os anos para comemorar esta bela tradição criada por São Francisco em Assis na Itália;

           Após a Missa do Galo, as famílias realizam a tradicional Ceia Natalina numa mesa toda enfeitada de guloseimas e regada com Vinho e Champagne, onde se comem assados, biscoitos, bolo e o tradicional Panetonne. 

                Além das orações do pai Nosso e da Ave Maria diante do presépio, estas famílias costumam, também, cantar  as músicas tradicionais do Natal como Noite feliz e brindar o Feliz Natal entre  si, após a troca de  presentes feita num Amigo Secreto.

   

O LANÇAMENTO DO PRIMEIRO SELO DE ITAMBÉ

             Ao completar 80 anos de Emancipação Política em 2007, o Prefeito Sr.Moacir Andrade trouxe o Diretor dos Correios e Telégrafos de Brasília Dr. Cláudio fim de lançar o Primeiro Selo de Itambé.

    O evento foi assinalado com uma comemoração especial no cinema local com o comparecimento de todos os segmentos sociais mais importantes da comunidade para ver Itambé entrar para a Filatélia nacional com o seu selo comemorativo.

       Nesta data foram homenageadas as seguintes pessoas da localidade: o Revmo. Sr. Pe. Juraci Marden Mendes Pires, a Irmã Walquíria Alves Amorim, o Dr. Dirceu Carneiro, o Prof. Carlos Leonor Ribeiro de Brito e o Sr. Wilson Neris.

            Uma Comissão do ECT presidida pelo Dr. Cláudio juntamente com a Gerente local Sra. Urânia Soares Brito presidiu o cerimonial do lançamento.

            Discursaram na ocasião o Revmo. Sr. Pe. Juraci Marden Mendes Pires, a Irmã Walquíria Alves Amorim, o Dr. Dirceu Carneiro. Após a assinatura dos homenageados, foi encerrado o evento com as palavras finais do Diretor Regional o ECT e do Sr. Moacir Andrade o Prefeito Municipal.

O ENGRAXATE: Profissão florescente no passado em Itambé

 

Já quase extinta do cenário das ruas das cidades brasileiras, o Engraxate foi, porém, uma profissão florescente em Itambé nas décadas de 50 e 60. Era comum encontrarmos nas ruas da cidade, principalmente no centro, engraxates para polir os sapatos de pessoas comuns e até autoridades.

Os meninos portavam caixas de madeira leves com que pudessem transportar de um lugar para outro. Seu trabalho se fazia com o cliente em pé. Mas havia outros de adultos que possuíam suas cadeiras fixas no centro da cidade. Foi o caso do Sr. Helvécio, o mais antigo engraxate de Itambé. Em sua cadeira sentaram Prefeitos, juízes, promotores, advogados, médicos, grandes fazendeiros e comerciantes.

Enquanto lustravam os seus calçados essas personalidades costumavam ler o jornal “A Tarde” ou conversar animadamente numa roda de amigos para saber as novidades locais ou sobre a política brasileira em geral. Para essas personalidades o polimento era mais caprichado por causa da importância delas e da gorjeta geralmente melhor que ganhavam.

Além do “Código da Criança e do Adolescente” em nossos dias e o advento do consumismo, a modernidade e o “boom” dos tênis de plástico no mercado ocasionaram o seu desaparecimento na cidade e o ganho pão para muitas famílias e crianças pobres de Itambé. Atualmente, da profissão não resta nenhuma tenda de sapateiro na cidade senão a do filho do Sr. Helvécio, já modernizada, que ainda costuma consertar e lustrar sapatos de homens, mulheres e crianças na Praça San Filli de Itambé.

  

O CARNAVAL DE ITAMBÉ

 

Das festas profanas de Itambé nenhuma alcançou tanta celebridade no passado quanto o Carnaval. Era a festa que empolgava ricos e pobres, tanto pelas suas manifestações de ruas e praças, quanto pelos bailes realizados na Associação Cultual e Recreativa de Itambé (ACRI).

Durante os dias de Carnaval, carros alegóricos acompanhados de reis, rainhas, duques, cavaleiros, etc. percorriam as principais ruas e praças da cidade, enquanto  mascarados divertiam o povo a valer. Às noites, bailes eram realizados na ACRI com as Orquestras e os Trios mais famosos do Brasil. Mas, o mais importante era a festa da coroação da Rainha do Carnaval. Este evento mobilizava os mais ricos fazendeiros numa disputa acirrada para fazer suas pretendentes as Rainhas mais disputadas nos salões da época.

Até a década de 30, o Carnaval era realizado nas ruas da cidade. Nesse sentido, os Cordões de Filhinha – Romeiros do Sonho, Um Amor é tudo – eram o maior sucesso na cidade. Já na década de 50 e 60, quando a ACRI foi criada, além da rua, a festa ganhou o maior  brilho nos salões desse  clube fundado pelo Sr. Zito Gomes e dirigido por Domício Teixeira várias vezs.

As Rainhas do Carnaval dessa década custaram, por exemplo, ao bolso dos seus ricos patrocinadores  somas fabulosas e com as quais a ACRI podia realizar, perfeitamente bem, os mais brilhantes eventos  que a cidade guarda com saudade.

Para o brilho dessas festas da ACRI, contribuíram muito os cuidados e a atenção de Da. Zilda Alves Pinto, Da.  Beatriz Nascimento, Da. Helena Achy, Da. Nira, Da. Santa Ferraz, Da. Carmem Teixeira, esposas de Diretores.

O VAQUEIRO FIGURA BELA E FORTE DE ITAMBÉ

 

           Do trabalhador rural,  o vaqueiro é, sem dúvida, a figura mais bela que mais se distinguiu no campo onde viceja a pecuária.

 Essa distinção se deve não tanto ao objeto de seu trabalho, ou seja tirar o leite, vacinar ou ordenhar a vaca, recolher o gado aos currais. Mas usar o cavalo como instrumento principal do seu trabalho. Sua ligação com esse animal fê-lo senhor e rei dos campos.

     Ora boiando, ora ferrando o gado, o vaqueiro como entende sua voz e suas treitas. Onde, porém, sua figura mais realça  essa nobreza  e fortaleza é na corrida para laçar o boi. Aí, ele demonstra, além da  habilidade e destreza, sua superioridade  sobre esse animal.

     Embora um tanto descaracterizado hoje em dia, o vaqueiro continua a dar o tônus às feiras livres e festas de Itambé com sua característica típica, alegre, austera e, sobretudo forte.

    Antigamente, nas festas cívicas do Aniversário da Cidade e nas  Festas do São João e São Sebastião,  o Padroeiro da cidade, era comum haver na cidade as cavalgadas, Vaquejadas e Jogos de Argolinha, como entretenimento para o povo da cidade e da região. Nesses dias, o Vaqueiro costumava se apresentar vestido tipicamente  na cidade. 

         "O Arauto" e o Atelier de Arte Princesa costumam valorizar em suas páginas e na sua arte as figuras típicas de Itambé, da Bahia  e do Brasil. Veja os bonecos do Vaqueiro e da Baiana quituteira de rostos vazados que despertou admiração e interesse  no público do mais recente São João e Aniversário da cidade   realizado na Praça San Filli em Itambé. 

OS COSTUREIROS E ALFAIATES ANTIGOS DE ITAMBÉ

 

Até o fim da década de 60, a alta costura em Itambé era feita por senhoras da elite de cidade ou pelo Sr. Elzo Ramos que se tornou célebre na região pelo estilo e beleza das suas roupas.

Dentre as grandes costureiras, Dona Arlete Flores Paim era, sem dúvida, a mais famosa. Descendente dos Flores e dos Ferraz, famílias tradicionais do município, Dona Arlete morava no belo sobrado onde funciona, atualmente, o Educandário Cristo Rei.

Os mais importantes alfaiates da cidade foram o Sr. Nicanor Portela e o Sr. José de Coisa. Suas alfaiatarias eram cheias de máquinas, aprendizes e de clientes.

O Juiz de Direito Dr. João Moura da Costa, o Promotor Dr. Herdival Tourinho, os Advogados Dr. Heitor, Dr. Lapa, Dr. Carlos Alberto, os médicos Dr. Altair, Dr. Bandeira, Dr. Alterives Maciel, Dr. Élio Bruni Mariotti sempre faziam os seus ternos com esses alfaiates. Grandes fazendeiros como o Sr. Sinhô Brito. Sr. Belizário Ferraz, o Prefeito Se. Osório Ferraz, Sr. João Alfredo Gusmão, Dr. Ariston Quadros, Sr. Sidney Almeida etc. sempre eram vistos em suas oficinas provando ternos, calças ou camisas.

Atualmente, em todo o município há várias costureiras. Ainda são elas que costuram para todas as classes sociais. As mais famosas são Dona Edna, esposa do Prof. Carlos Leonor Ribeiro de Brito e a Senhora Zana Gusmão de tradicional família de Itambé.

O ENCONTRO LITERÁRIO EM ITAMBÉ

 

              Os primeiros encontros informais foram realizados em Itambé e aconteceram no Museu Pedra Afiada com a presença do Juiz de Direito Dr. Wander Cleuber, do Promotor Público Dr. José Junceira, do Prof. Carlos Leonor Ribeiro de Brito e do Sr. Paulo Fonseca.  Consistiram eles em comentários de obras lidas pelos participantes.

            Com a mudança dessas autoridades para outras comarcas e a desativação do Museu, estes encontros desapareceram do ambiente de Itambé. Foram, porém, restaurados depois  com a iniciativa do Prof. Carlos Leonor Ribeiro de Brito, Especialista em Teoria da Literatura e História da Literatura pela UESB. Propriamente, a partir daí foi realizado o Primeiro Encontro Literário na Escola Dr. Aparício do Couto Moreira em 11 de novembro de 2010. Para isto, trouxe ele da Universidade Estadual da Bahia - UESB o Professor de Latim e de Linguística, Lucas Campos como o principal conferencista do certame.

            Proferiu o Dr. Lucas a palestra sobre a Função Poética da Linguagem e foi projetado pelo Prof. Carlos Leonor uns slides sobre a Academia Brasileira de Letras. Além da Diretora da escola Professora Maruzana Gusmão, estiveram presentes a Professora de Literatura do CEGV Elisney Pimentel, a Sra. Maria Elza Gusmão e o cordelista Sr. Manuel do Queijo. Este poeta recitou na ocasião o Cordel da sua autoria sobre Itambé.

CORPUS CHRISTI UMA FESTA RELEVANTE EM ITAMBÉ

         Consta de uma Missa solene celebrada geralmente na Matriz às 8:00 horas pelos Párocos locais, quando na homília falam dessa tradição que completa a instituição da Eucaristia na Semana Santa.

 A afluência dos fiéis é consideravelmente numerosa para uma festa móvel que cai frequentemente no meio da semana. Tanto o ato litúrgico, quanto a Procissão são bem concorridos na cidade.

  Enfeitada de tapetes de folhas, de pó de serra colorida, de areia, etc. com desenhos alusivos à Eucaristia, a procissão geralmente bem concorrida de fiéis, sempre apresenta uma novidade.

A festa é encerrada na escadaria ou no interior da Matriz com a Bênção do Santíssimo Sacramento dada pelo Pároco local.

HOSPITAL DE SÃO SEBASTIÃO DE ITAMBÉ BAHIA

 

Até 1953, quando foi fundada a Santa Casa de Misericórdia e construído o Hospital São Sebastião pelo Prefeito Dr. Coriolano José Fagundes, o atendimento médico em Itambé era particular e quase todo realizado no domicílio do doente. A cirurgia era incipiente e os partos eram feitos geralmente por parteiras. Faltavam remédios e farmacêuticos que eram os manipuladores de vários medicamentos. Os pioneiros da Medicina dessa época foram o Dr. Ju, o Dr. Ponciano, o Dr. Aparício Couto Moreira (Prefeito) e o Dr. Braulino Santos. E a primeira Farmácia pertencia ao Sr. Joaquim Lima.

A partir da década de 50, começaram a chegar na cidade os médicos Dr. Auterives Maciel (Prefeito), Dr. Élio Bruni Mariotti, Dr. Altair, Dr. Manfredo Bandeira que muito contribuíram para sanar essa triste situação. Ademais foram implantadas as farmácias do Dr. Otávio Arcanjo e dos Srs.  Farjala, Sebastião Brito e Almiro Ramos. À frente da Santa Casa já estiveram também várias personalidades locais como o Pe, Polito, Manuel Rios, Dr. Travassos, Dr. Antonio, Sr. Iozinho Gusmão, Prof. Carlos Alberto, Sr. Eurípedes Lima.

Foi dirigido vários anos pelo Dr. Rafael Ferreira (in memoriam) e auxiliada pelos médicos Drs. Travassos, Virgínia, Paulo, Antônio (in memoriam),  Janilton, Francisco e o dentista Hudson Paiva (in memoriam). Mas já passaram pela instituição vários outros médicos competentes que prestaram, provisoriamente, o serviço de saúde tão útil ao município. 

Além do hospital, a cidade possui vários  postos de saúde, Laboratórios de Análises Clínicas, um centro de Fisioterapia, um Centro de Atenção Psico-Social, e  farmácias particulares em quase todos os bairros da cidade, duas óticas, os consultórios de Odontologia do Dr. Onásis C. Pereira e  sua  esposa, a Dra. Érika Cavalcante B. Pereira, do Dr. Rafael Campelo, além do CEMO dos Odontólogos Dr. Murilo e do Dr. Renan, da Clinica Odontológica da Dra. Clícia Malta Gama e da Clínica Saúde de Jeane Nolasco.

Os Distritos Catolezinho e São José do Colônia, proporcionalmente, além de seus Postos de Saúde e farmácias, vem sendo assistidos por médicos, dentistas e enfermeiras credenciados regularmente pela Secretaria de Saúde do Estado.