REVIVER AS PARADAS CÍVICAS DE ITAMBÉ É PARTICIPAR DA SEMANA DA PÁTRIA EM 2023

 Das festas cívicas de Itambé, o Sete de Setembro foi, sem dúvida, a mais importante. A partir  da sua Emancipação Política, esta data sempre foi comemorada com garbo, brilho e entusiasmo e alegria. Relembrar, pois, algumas festas bonitas pro memoria   realizadas  do passado em todo o  município é entrar no clima radiante  e glorioso da Semana da Pátria em 2023 como é de praxe e tradição comemorar, em geral,  em todo o Brasil.

Pulsar o coração diante de um acontecimento que moveu não só D. Pedro, mas todos os brasileiros é natural para quem ama a independência da sua Pátria em todos os tempos e lugares. Foi o caso do Brasil em relação a Portugal, nossa mãe  admirável na Fé, na cultura, nos costumes e na língua.

Nesta data,  Itambé não existia como município, mas como uma terra ainda inexplorada pelos colonizadores e só lembrada pela Igreja Católica que enviou para suas terras os abnegados filhos de São Francisco a fim de  dilatar a Fé e o Império.  Só mais tarde São Justino Russollilo mandou os seus filhos para completar a Evangelização e difundir a cultura e a educação tão bem expressa na divisa do seu brasão de armas: Dulce et decora Deo Patriae servire (É doce e decoroso servir  a Deus e à Pátria). 

QUANDO AS FESTAS EM ITAMBÉ TINHAM SEMPRE SUAS RAINHAS

O município de Itambé, ao longo da sua história religiosa e cultural, nunca deixou de ter em suas festas Rainhas e Princesas, O São João costumava ter suas Rainhas do Milho e do Carnaval nas escolas e na ACRI. E foi realmente influenciada pela França, o centro cultural mais importante do Ocidente. Nesta época, era obrigatório nas escolas do Segundo Grau em Itambé o ensino da Língua Francesa. O Ginásio Gilberto Viana teve como Professores a Dona Lizete Achy Brito e o Padre Raimundo.

Tanto é que a sociedade local guardou, nesta época, o seu entusiasmo pela moda, pelos costumes, pela arte e pela dança da Quadrilha, considerada  a justo título de paródia do Minueto brasileiro.  O Sr. Zeca de Alaíde, grande carpinteiro da cidade, chegou a confeccionar belas mobílias em madeira de lei nos estilos Luiz XV, Rainha Vitória e  Madame Pompadour.

Mas foi a Quadrilha que deixou mais sua influência, até há alguns anos atrás, na letra da sua marcação. Avantu, Anarriée, anavant, Balançê, otrefoá são expressões caipiras afrancesadas na marcação das quadrilhas que, até hoje algumas pessoas mais velhas guardam ainda na memória.

AS DIVERSÕES E OS BRINQUEDOS TRADICIONAIS DE ITAMBÉ

 

 

 

    Mesmo sem o acesso aos milhares de brinquedos que a indústria nacional e do exterior lança a toda hora em nossos dias, a criança itambéense do passado brincava intensamente. Quando não eram os simples e tradicionais brinquedos de outrora, eram as brincadeiras de roda nos dias de luar nas ruas ou  jardins. 

   

As brincadeiras, nesse período, estavam condicionadas à época. Havia o tempo da bola de gude, do pião, da pipa, etc. Delas, porém, a que sempre despertou um grande interesse por parte da criança foi, sem dúvida, a pipa. Sem os fios da eletricidade que tanto atrapalham essa brincadeira em nossos dias no centro urbano, a criança se divertia à vontade nessa época.

Confeccionada em casa pela própria criança, a pipa maravilhava jovens e adultos pela natureza intrínseca que sempre teve o homem de voar ou olhar para o céu para contar as estrelas ou ver as nuvens passar.

Já a brincadeira da menina, quando não era a tradicional boneca de porcelana ou de pano, eram as brincadeiras de “professorinha” em casa, da gangorra, da corda, do pula-pula ou da roda.

Já  o adulto costumava se divertir até a década de 50 com as corridas de cavalo, os jogos de argolinha, as vaquejadas e, ocasionalmente, os circos de touradas. Para elas iam moças e rapazes para aplaudir, além dos torcedores para apostar.

Com a fundação da ACRI e o  advento do rádio e do cinema, o interesse dessas diversões tradicionais diminuiu e os entretenimentos modernos alcançaram o seu auge. Enquanto o rádio se restringia à audição em casa das novelas e dos noticiários de A VOZ DO BRASIL, o advento do cinema transformou “per diametrum” a vida social da cidade.

Nessa época, havia 3 cinemas locais: o Cine Fox, o Cine Conceição e o Cinema de Bolívar com as sessões de  “soirée” durante toda a semana para os adultos e “matinée” para as crianças e adolescentes. As noites em Itambé, nessa época,  eram mais movimentadas até do que o dia.

O Futebol era também bem praticado, mas só começou a despertar grande interesse por parte de toda a população a partir das grandes vitórias alcançadas pela Brasil nas Copas do Mundo.

 

AS PARADAS CÍVICAS DO DIA DE 7 DE SETEMBRO EM ITAMBÉ NO PASSADO

        As paradas cívicas na cidade de Itambé só começaram a partir das primeiras Administrações, quando o Município havia consolidado sua Emancipação Política.

   Assim que os Liceus Particulares foram dando lugar às  escolas públicas, elas foram despertando pela são patriotismo da independência que foi surgindo no país. Eram manifestações simples,  mas carregadas de emulação por  ver o Brasil livre de Portugal e já um a nação republicana.

     Com a edificação do Ginásio Gilberto Viana pelo Gerente do Banco do Brasil Sr. Gilberto Viana na década de 50 e a chegada dos Padres Vocacionistas para dirigir e lecionar neste estabelecimento de ensino, as paradas cívicas ganharam maior relevo e importância. Além das  escolas, cavaleiros  participavam também do desfile. 

       Era impressionante o clima de emulação que reinava na cidade um mês antes da  data magna. Quando não eram os treinos dos estudantes na Ordem Unida com simulações do desfile, era a providência das fardas, dos Hinos, da fanfarra, dos cartazes das principais figuras da Pátria, etc. A cobrança dos padres pela postura das moças e rapazes (unhas, barbas, sapatos e sobretudo do uniforme dos  homens e das saias e meias das moças, etc) era severa e até computada na avaliação das notas.

A PRAÇA DA BANDEIRA DE ITAMBÉ NO PASSADO

    Até 1960, a Praça da Bandeira era o local mais importante de Itambé. Tudo de mais importante girava em torno desta praça. O jardim com as palmeiras imperiais cercado de várias árvores frondosas que davam sombra abundante para os seus habituées. O Casarão do Coronel Osório Gusmão junto ao qual se encontrava um  pequeno curral que fornecia o leite  para a comunidade.

      Além do Forum e das residências construídas em estilo arquitetônico tradicional dos médicos e prefeitos Dr. Auterives Maciel e do Dr Jorge Heine,   dos sobrados do Sr. Júlio Amorim e do Sr. Cloves,  havia o bonito Solar do Sr. João Rucas e os Escritórios da Garota.

      Nesta praça, havia o Mercado Municipal com várias barracas internas de Biscoito, frutas, farinha, milho, feijão, etc. em pleno funcionamento durante o dia, um Posto de Gasolina um cinema, uma Padaria e uma Bombonière do Sr. Flávio Simões.

         Às tarde e às noites, as famílias e os jovens costumavam passear com as noivas e as namoradas no jardim, tomar sorvete e assistir a algum filme. Durante a semana, a frequência de  gente não era tão grande quanto nos sábados por causa da feira livre realizada  na rua Capitão Clemente além do domingo por ser um dia especial voltado para o lazer e a diversão.