terça-feira, 31 de outubro de 2023

DOS AGUADEIROS E CHAFARIZES AOS LAMPIÕES DE GÁS EM ITAMBÉ

 

         Itambé só veio a ter luz elétrica a partir da década de 40, quando foi instalada na cidade um motor a diesel em 1950, desde que foi criada na cidade a Fábrica de Manteiga “A Garota”.

     Além da fabricação deste laticínio, esta indústria veio fornecer a energia elétrica para um número restrito de residências. Entretanto, ela só funcionava durante 5 horas por dia e era desligada às 22:00 horas com o aviso de uma buzina. Da mesma forma a água encanada.

        Antes disto, porém, as ruas da cidade eram iluminadas com lampiões a gás e as residências com querosene. A água era, também, até a esta data, fornecida pelos aguadeiros, homens ou meninos que vendiam a água de casa em casa em carotes de madeira presos em cangalhas e trazidos por jumentos ou burros dos rios Verruga e Pardo.

        Os chafarizes instalados em dois locais da cidade só vieram, também, depois dos primeiros prefeitos do município. A partir desta época, a água era buscada nesses chafarizes mais bem tratada e levada para as casas com mais facilidade.







segunda-feira, 30 de outubro de 2023

O NASCIMENTO DE UM BEBÊ NA ITAMBÉ DE OUTRORA

Na humanidade, o nascimento de uma criança sempre constituiu para toda a família e a sociedade uma fonte de grande alegria e felicidade. Esse júbilo nem sempre era para o primogênito de uma prole numerosa, mas, também, para todos os outros filhos.

Quanta expectativa para o pai e os filhos a notícia da gravidez da mãe! Toda a prole se acercava do seu ventre para acariciar, auscultar a respiração do menino e beijar. Mas, o que mais despertava atenção era o pudor com que a gravidez se revestia, os preparativos do enxoval e o nascimento de uma criança em Itambé.

Geralmente, para resguardar o pudor, a mulher se restringia às quatro paredes da casa. Só saía ela por necessidade. Sua roupa era a mais discreta possível para resguardar essa virtude cristã. Entretanto, os trabalhos domésticos (cozinhar, lavar e ou passar a roupa, arrumar a casa, etc.) ela só deixava de executar à última hora do parto.  Tanto é que muitas crianças nasciam, nessa época, em qualquer lugar da casa e sem a presença da “parteira”.

As “Parteiras” eram uma profissão importante em toda a cidade ou fazenda para fazer o parto do bebê. Às vezes, ela costumava dormir à véspera, na casa da família à beira do leito da gestante. Todo arrumado e perfumado com folhas de alfazema queimadas num fogareiro, o quarto tinha todas as coisas para esse grande acontecimento familiar: o berço, a bacia, a jarra com água e todo o enxoval. Em Itambé, as mais famosas “parteiras” eram, nessa época, as tias Filu, Custódia, Clarice e Licinha Gusmão.

Toda arrumada pelas filhas, a casa já tinha toda a provisão de alimentos para esses dias de festa e alegria. Todos os membros da família bem como os parentes e amigos aguardavam ansiosos o choro do bebê e o sexo da criança. Mesmo com o resguardo rigoroso da gestante, a porta do quarto se abria para os curiosos verem a criança no seu berço.

Às vezes, muitas mães não podiam e nem tinham o leite necessário para amamentar a criança. Para suprir essa carência, na cidade havia várias “mães de leite”, gestantes que tinham o leite de sobra para alimentar os seus filhos e que as socorriam nessa premente dificuldade.  Criava-se entre essa família e as “mães de leite” um laço de amizade profundo que durava pelo resto da vida.

Ainda guardamos na memória local as queridas “mães de leite”, como Dona Maria Gorda (Mãe da Professora Lair) que amamentou o Sr. Haroldo Gusmão e sua irmã Sra. Maria Elza para Da. Vivinha e Da. Aurinha da mesma forma para os filhos de Da. Azita Sá Ribeiro. Uma semana após o nascimento da criança era vez das visitas para ver o bebê, saber o seu nome, trazer-lhe um presente e comer a  “galinha com pirão da mulher parida”.

Algumas famílias costumam guardar o berço dos seus filhos, como é o caso do Prof. Carlos Leonor Ribeiro de Brito nascido em Macarani e depois mudado para Itambé. Trazido de Portugal pelo Coronel Afonso Pereira Magalhães para a sua filha Anália casada com o tropeiro Cyrilo Souza Ribeiro em Boa Nova, Bahia, este berço costumava se deslocar para toda a casa dos suas filhas, netas e bisnetas quando estavam gestantes. A titulo simbólico,  o Prof. Carlos Leonor e Dona Edna fizeram questão de colocar seus netos João Lucas nascido em Aracaju e Diogo nascido em Vitória da Conquista por ocasião da visita a Itambé.  

A devoção mais tradicional das mulheres gestantes é Nossa Senhora do Parto. Mas há outras como Nossa Senhora do Bom Despacho e Nossa Senhora  do Leite.



















sexta-feira, 27 de outubro de 2023

A CARTA EM ITAMBÉ

           Nesses dias em que a comunicação entre os homens vem sendo feita mais regularmente pelo telefone, pela internet, por rádio e televisão, a carta tem sido usada mais para efeito comercial. Mas houve época em que ela era o mais importante e eficaz meio de comunicação social entre os indivíduos. Itambé viveu essa época, antes e depois da chegada do Correio a cidade.

         À carta estava associada, em geral, a caligrafia. A bela letra feita com caneta a tinteiro era uma das maiores preocupações para a escrita de uma missiva. Daí, a insistência nas escolas pelo exercício das caligrafias, cadernos que aperfeiçoavam e embelezavam a escrita do estudante.

          A carta não era só o meio de comunicação útil entre as pessoas para exprimir suas necessidade e seus temores, mas era também a expressão mais viva do sentimento e do amor entre noivos, conjugues e namorados.

            Na década de 50 os namoros e noivados se faziam, geralmente, através das cartas aos pais. Havia em quase todas as cidades brasileiras pessoas letradas que costumavam redigir cartas amorosas com caligrafia primorosa para pessoas ricas ou pobres que não sabiam escrever com estilo e elegância.

              Eram correspondências formais que primavam pelo romantismo e cujo conteúdo revelava nos seus autores a mais viva verve da prosa poética. As figuras de linguagem eram a tônica nessas missivas, muitas vezes impregnadas de perfume ou de pétalas de rosas e amarradas com laços de fita. Além da formalidade e cerimônia com que eram vazadas, refletiam elas a doçura de viver e a preservação de uma moral pura e cristã que vigorava ainda na família e na sociedade.

            Atualmente, a comunicação romântica e poética tem se restringido somente às mensagens na internet para todos os dias do ano. Antigamente, elas eram mais comuns nas Boas Festas - Natal, Ano Novo - e no Dia dos Namorados. Eram personalizados muitas vezes. Porém eram mais frequentes os Cartões  impressos, convencionais e em série tão vendidos nas Papelarias e Armarinhos. 








quarta-feira, 25 de outubro de 2023

A INSTITUIÇÃO BANCÁRIA EM ITAMBÉ













     Quase tão antiga quanto a emancipação política, a chegada da agência do Branco do Brasil em Itambé data de 1947 e se deveu ao empenho do Prefeito Dr. Aparício Couto Moreira. Antes, o que prevalecia, porém, era a agiotagem no município. 

      A vinda dos bancos para Itambé diminuiu a agiotagem e contribuiu eficazmente para o desenvolvimento do município. Depois do Banco do Brasil,  chegaram à cidade também outras agências dos Bancos da Bahia, Econômico, Itaú. E, atualmente,  a Caixa Econômica e o Bradesco. Mas, sem dúvida, o banco que mais deitou raízes no município foi  o do Brasil. Ele foi o fator mais importante para a consolidação da sua emancipação política.

A primeira agência do maior banco brasileiro em Itambé estava situada na Praça da Bandeira, onde se encontra, hoje, a Cesta do Povo e teve como Gerente o Sr. Henrique Durans.

Transferida para a Rua Barão do Rio Branco, a nova agência foi projetada pelo arquiteto Moysés J. Hilal e construída pelo Engenheiro Henrique Fonseca de acordo com o padrão mais moderno e funcional da arquitetura da época na década de 80.

Esta agência tem trazido para o município o fomento às atividades econômicas e ao crédito. Ademais vem contribuindo com a chegada de várias pessoas de fora para a formação da grande família de Itambé. Prefeitos como o Dr. Dirceu Carneiro, Adalberto Macedo e os Vereadores Sr. José Cândido Araújo Rocha e o Sr. Paulo Maia têm saído do seu quadro funcional. Ademais mantém um clube, a AABB, que vem sociabilizando o povo da cidade.

Mas o mais importante foi, sem dúvida, o Gerente Gilberto Viana, o fundador do Ginásio que guarda, até hoje,  o seu nome. Ele foi o  instrumento providencial  a para a vinda dos Padres Vocacionistas à Itambé em 1954.

Atualmente, a agência está sob a gestão do Sr. Alano Mota recentemente chegado à cidade, mas já integrado à sociedade loc


al.

sábado, 21 de outubro de 2023

DAS ANTIGAS CADEIAS DO MUNICÍPIO E VILLA DO VERRUGA À ATUAL DELEGACIA DE ITAMBÉ







       Antes da Emancipação Política do Município de Itambé, a manutenção da ordem pública era feita pelos coronéis da região e por fazendeiros enérgicos e poderosos. Embora,  nem sempre esse  tipo de prática fosse correto juridicamente e até extrapolasse os seus justos limites, ele era necessário para a manutenção da ordem pública no lugar.

Mesmo emancipado e já possuindo justiça e polícia emanadas do Governo do Estado, a força e a influência desses coronéis continuavam a prevalecer nas decisões mais importantes do município.

A Cadeia Pública em Itambé funcionou, originariamente, na rua Ruy Barbosa, onde fica, hoje, a casa do Sr. Nem Rodrigues (in memoriam) número 9.  Posteriormente, foi transferida para a Rua Frei Luiz Di Grava,  onde se encontra o Educandário Cristo Rei. Até a essa data,  em virtude da construção ser de adobão, as fugas de presos eram freqüentes, 

 Daí se mudou para o  prédio em frente da Escola Dr. Aparício do Couto Moreira, antigo Colégio Estadual, e graças ao empenho do Juiz de Direito Dr. Rodrigo recebeu uma reforma provisória.  Mas a intenção do Poder Público era construir uma Delegacia moderna.

Atualmente, graças ao empenho do Sherife tradicional do município Sr. Paulo Brito Achy e o apoio do Governo do Estado e da Secretaria de Segurança Pública da Bahia em Salvador, Itambé já tem uma das melhores Delegacias da Região Sudoeste num dos locais  mais importantes da cidade. 

 Situado na Avenida Dr. João Durval Carneiro, seu prédio é tão imponente por fora quanto confortável  e seguro por dentro. E até um Parque de Diversão para crianças possui ao lado. 

Construção per diametrum tão diferente das antigas cadeias do município feitas de "adobão",  quando os presos  eram mal tratados  e fugiam facilmente.

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segunda-feira, 16 de outubro de 2023

POESIA E PROSA ARTES VIVAS E PALPITANTES NA ITAMBÉ DE OUTRORA


     Quem vê as memórias culturais do passado de Itambé, percebe como a arte da palavra escrita estava sempre presente nas escolas e no seio familiar.

          Arte sublime usada na Liturgia da Missa e cultivada por santos como Santa Tereza de Jesus e São José de Anchieta, é natural que sua presença seja frequente, também, em nossos dias, quando a  Tecnologia vai lhe tirando o seu lugar na sociedade em todo o mundo.

          Qual a mãe que não a usava no passado ao ninar os seus filhos e qual a criança que não a cultivava nas Cantigas de Roda, às noites, nos passeios da sua casa e nos jardins da cidade!

         Os professores costumavam fazer sonetos e baladas que eram lidos em sala de aula e os seus alunos seguiam-lhe o exemplo escrevendo em casa seus poemas e acrósticos nos seus caderninhos

        A revista tem uma Postagem no seu Blogger dedicada à Poesia e à Prosa e vem colocando à disposição de jovens e adultos uma coluna para a publicação dos seus  poemas e contos.

















sexta-feira, 13 de outubro de 2023

ITAMBÉ LEMBRA COM DEVOÇÃO NOSSA SENHORA APARECIDA E O DIA DA CRIANÇA COM MISSA SOLENE



             O Dia 12 de Outubro sempre foi lembrado com destaque pela Paróquia de São Sebastião com Missa  solene em Itambé. Dessa feita não foi diferente. Às 17:00 horas foi celebrada a Missa da Padroeira do Brasil na Matriz  pelo Pároco Auxiliar Revmo. Sr. Pe. Antônio Maria Miranda SDV.

        Além da uma homília eloquente sobre as Bodas de Caná, na qual tratou, com propriedade, de Nossa Senhora como a Mãe do Verbo Encarnado e devoção sine qua non na história da salvação do gênero humano, discorreu o venerando sacerdote, durante a Bênção do Santíssimo Sacramento, do Dia da Criança. 

        Neste sentido, comentou com ênfase, a contradição das Redes Sociais ao lamentar, a toda hora e a todo instante, o triste massacre de crianças no recente conflito  árabe-israelense  e não fala nada do Aborto generalizado que ceifa a vida de inocentes em todo o mundo e os fetos são transformados, depois, em cosméticos e cremes de beleza.  

        No final do ato religioso foi procedido o incensamento da Padroeira do Brasil e a realização de um bonito desfile de crianças e adolescentes pela nave central vestidas à caráter e cantando o belo Hino  de Nossa Senhora da Conceição Aparecida: