Nesses dias em que a comunicação entre os homens vem sendo feita mais regularmente pelo telefone, pela internet, por rádio e televisão, a carta tem sido usada mais para efeito comercial. Mas houve época em que ela era o mais importante e eficaz meio de comunicação social entre os indivíduos. Itambé viveu essa época, antes e depois da chegada do Correio a cidade.
À carta estava
associada, em geral, a caligrafia. A bela letra feita com caneta a tinteiro era
uma das maiores preocupações para a escrita de uma missiva. Daí, a insistência
nas escolas pelo exercício das caligrafias, cadernos que aperfeiçoavam e embelezavam
a escrita do estudante.
A carta não era só o
meio de comunicação útil entre as pessoas para exprimir suas necessidade e seus
temores, mas era também a expressão mais viva do sentimento e do amor entre
noivos, conjugues e namorados.
Na década de 50 os namoros e noivados se faziam, geralmente, através das cartas aos pais. Havia em quase todas as cidades brasileiras pessoas letradas que costumavam redigir cartas amorosas com caligrafia primorosa para pessoas ricas ou pobres que não sabiam escrever com estilo e elegância.
Eram correspondências formais que
primavam pelo romantismo e cujo conteúdo revelava nos seus autores a mais viva
verve da prosa poética. As figuras de linguagem eram a tônica nessas missivas, muitas
vezes impregnadas de perfume ou de pétalas de rosas e amarradas com laços de
fita. Além da formalidade e cerimônia com que eram vazadas, refletiam elas a
doçura de viver e a preservação de uma moral pura e cristã que vigorava ainda
na família e na sociedade.
Atualmente, a comunicação romântica e poética tem se restringido somente às mensagens na internet para todos os dias do ano. Antigamente, elas eram mais comuns nas Boas Festas - Natal, Ano Novo - e no Dia dos Namorados. Eram personalizados muitas vezes. Porém eram mais frequentes os Cartões impressos, convencionais e em série tão vendidos nas Papelarias e Armarinhos.
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