quinta-feira, 28 de setembro de 2023

DE CORONEL E RÁBULA AOS ADVOGADOS E JUÍZES DE ITAMBÉ


    Criada em 21 de setembro de 1943, quando teve o seu primeiro juiz, o Dr. Fernando da Costa Tourinho, a Comarca de Itambé só veio a ter sua sede própria em 1982  construída na gestão do Prefeito Humberto Lopes. Até a essa data, sempre funcionou no prédio da Prefeitura Municipal.

     De início a justiça na Vila de Itambé,          quando não era exercida pelos Coronéis e       fazendeiros poderosos, era intermediada pelo       Rábula Artério Araújo, grande conhecedor de    leis. Os primeiros advogados da Vila de Itambé   o Dr. Wally, o  Dr. Manuel e o Dr.           Mascarenhas.

  Nessa época era comum sair da cidade uma     comitiva montada a cavalo composta do Padre   Orlando, do Sacristão, do Juiz Dr. Mármore     Neto e do Titular do Cartório Sr. José Gusmão   de Brito (Zeca Brito)  para as fazendas do município a   fim  de registrar, batizar e casar as pessoas que   não podiam vir à cidade. 

   No Fórum, funcionou até o fim da década 40   uma escola particular com internato. Foi,       também, residência do Sr. Viô Correia e depois    do Dr. Aparício do Couto Moreira, médico e ex-prefeito do município. Posteriormente, veio a servir para o funcionamento dos escritórios de “A GAROTA”, a fábrica de Manteiga local. 

Nessa época, costumavam o juiz e o promotor morar na cidade, além de ensinar no Ginásio Gilberto Viana. Lecionaram neste ginásio, o Juiz Dr. João Moura da Costa, o Promotor Dr. Herdival Tourinho e os advogados Dr. Carlos Alberto Reis e o Dr. Heitor Dourado.

O itambéense sempre teve um grande respeito e admiração pela autoridade judiciária. Ela determinou profundamente no passado os costumes e ainda continua a exercer  grande influência no comportamento social da população em nossos dias.

Em toda época, os júris em Itambé sempre foram uma atração popular. A cidade guarda com admiração os júris, cujos réus foram defendidos pelos advogados, Dr. Raimundo Bahia da Nova e o Dr. Carlos Pedreira Lapa, criminalistas brilhantes. 

Foi Promotor Público do município o Dr. Aécio Dálcum Teixeira do Amaral, filho de Itambé. 








 


quinta-feira, 21 de setembro de 2023

O HINO OFICIAL DE ITAMBÉ

   

   O Município de Itambé só veio a ter o seu Brasão de Armas após a sua Emancipação Política em 1927 como é estabelecido em Lei. Não sabemos exatamente o seu autor nem  a data em que fora lançado. Mas acreditamos que ele tenha sido escrito e elaborado pelo Instituto Geográfico e Histórico da Bahia como era de praxe ser feito nesta época no Estado. Como podemos ver abaixo na seu significado e na sua figura, é um Brasão de Armas bem acabado e que respeita as regras da Heráldica. 

        O timbre do brasão só começou a ser colocado nos seus ofícios e documentos oficiais após à impressão gráfica generalizada na Bahia. O prédio da Prefeitura só começou a ostentar o brasão de Armas na sua fachada principal após a reforma realizada na Administração do Sr. Ivan Fernandes com a escultura elaborada pelo Prof. Carlos Leonor Ribeiro de Brito.


Itambé, rincão abençoado

escondido no bravo Sertão.

Teu porvir há de ser glorioso.

No progresso terás galardão.

 

Juventude esperançosa

de caráter varonil.

Exaltemos Itambé,

Que é um pedaço do nosso Brasil!

 

Verdes são suas matas,

E seu céu sereno de anil.

Itambé é a esperança de um povo.

É a imagem do próprio Brasil!

  

Eia, avante, mocidade!

De alma sã, nobre e cristã.

Trabalhemos com alegria

Pelo dia de amanhã.

 

Juventude esperançosa

de caráter varonil.

Exaltemos Itambé,

Que é um pedaço do nosso Brasil!

 

Suas escolas são os sonhos mais caros,

A que toda essa gente bendiz.

Pioneiros do bem do Senhor

Num futuro seguro e feliz.


As Armas do Município de Itambé são as seguintes:

 

Timbre: Coroa Mural de prata com 4 torres lembrando a autonomia do autonomia;

Escudo: Bordadura de prata com 4 quadrados de vermelho e 4 quadrados de verde simbolizando o mineral, de que o solo do município é rico; Escudete em pala: na parte superior o sol  de ouro e o céu azul do Sertão; na parte inferior: o solo de ouro encimado por um pico lembrando a pedra afiada de que o seu nome em tupi-guarani foi tirado, o berrante de negro simbolizando a Pecuária, outra grande riqueza do município.

Suporte: Feixe de toros de madeira marrom e cerne dourado indicando a riqueza de sua flora ; lintel de vermelho com a divisa: Itambé – Brasil – Bahia.


















 

terça-feira, 19 de setembro de 2023

O PAÇO MUNICIPAL DE ITAMBÉ

      Originariamente, a sede da Prefeitura de Itambé funcionou na casa de Mena Brito, onde estava instalada a Casa do Estudante, e depois no Sobradinho do Sr. Paulo Fonseca.

      Foi neste local que o Intendente, Ascendino Correia de |Mello, assumiu, por tempo provisório em 12 de agosto de 1927, a missão de primeiro alcaide do município e a transferiu para o Sr. Higino Corrêa de Mello em 1º de janeiro de 1928. quando houve propriamente a festa da Emancipação Política do Município.

      No  “salão nobre” dessa casa,   Hygino dos Santos Mello foi diplomado Intendente pelo Presidente do Conselho Sr. Floriano Ferraz dos Santos Silva.

    Do gabinete desse Paço Municipal foi lavrado o primeiro ofício do Sr. Hygino dos Santos Mello ao Governador Dr. Francisco Marques de Góis  Calmon relatando as ocorrências da festa da Emancipação de Itambé.

  Posteriormente, a sede do Executivo Municipal foi transferida para a Rua Higino Santos Mello, onde se encontra, atualmente, o Centro de Fisioterapia.

     No inicio da década de 60, o Dr. Jorge Heine, então Prefeito, transferiu-o para a Praça Osório Ferraz construindo, definitivamente, o atual prédio do Executivo Municipal.  A escolha do local despertou uma polêmica por parte da oposição noticiada em ‘A VOZ DO POVO”,  o primeiro jornal de Itambé. Mas prevaleceu a opinião do Prefeito e a voz do povo.

   A obra foi um grande acontecimento político e cultural, porque Itambé ganhava uma construção moderna e o Poder Executivo uma sede definitiva e confortável.

     Em 1998, o Presidente da Câmara, Sr. José Cândido Rocha restaurou e informatizou a Câmara. E tempo depois, o Prefeito Ivan Fernandes reformou o prédio da Prefeitura, completamente, como se encontra até hoje.

    Voltando as suas origens, o prédio foi, a partir desta data, chamado de Paço Municipal, conforme se pode ver pelos ofícios escritos e assinados pelo próprio Higino Santos de Mello às maiores  autoridades do Estado.














quinta-feira, 14 de setembro de 2023

A CHARRETE EM ITAMBÉ

                     O Brasil já era descoberto, mas Itambé não existia, quando na Europa carruagens douradas de reis, príncipes e nobres passeavam com damas e cavalheiros pelas belas ruas de Londres, Roma e Paris. Mas, quem pensa que charretes tracionadas por belos cavalos conduzindo cavaleiros e damas só existiam nesses grandes centros civilizados está enganado.

           Nas pequenas cidades do interior do Brasil, quando ainda não havia automóveis, era costume as famílias mais ricas possuírem essa modalidade de transporte para passear ou ir às fazendas próximas. Na década de 40 e início da década de 50, Itambé conheceu também esse belo transporte que tanto encanto e romantismo trás a nossa imaginação.

        Mesmo prevalecendo o carro de boi, o cavalo, o burro ou jumento como o transporte mais usual na Vila de Itambé, era comum, também, trafegar pelas ruas da cidade charretes tracionadas por belos cavalos conduzindo as filhas dos grandes coronéis e fazendeiros, Ariston Quadros, Belizário Ferraz, Valdívio Santos Silva, Dr. Carlos Lapa etc.

         Trazidas de Salvador, essas charretes com rodas de estrutura de ferro e coberturas de lona corriam macias pelas principais ruas da cidade nas tardes de estio, quando era costume moças passearem de braços dados pelo centro e pela Praça do Mercado ou para o Aeroporto onde se encontra hoje a atual AABB.

           Nos dias de festa, essas charretes costumavam ganhar uma decoração especial. Guarnecidas de cetim, folhagens e flores com as moças vestidas a caráter de damas, princesas, baianas etc., elas desfilavam pela rua da Passagem no centro ma cidade despertando a admiração do povo da Vila de Itambé.

            Com a chegada do primeiro automóvel trazido por Antonino Santos e  depois por Bolívar, as charretes e os carros de boi, mesmo colocadas em segundo plano, ainda circulavam na Vila de Itambé. A partir daí, as charretes se restringiam mais ao folclore das festas cívicas ou religiosas da cidade. Mas, sem dúvida, continuavam a alimentar a fantasia de crianças e adolescentes todas as noites, quando ouviam tantas histórias de rainhas, princesas e castelos. 













 


quarta-feira, 13 de setembro de 2023

A PRIMAVERA JÁ FOI UMA ESTAÇÃO FLORIDA EM ITAMBÉ

Das coisa

        Das coisas prazerosas da vida, a sombra de uma árvores é, sem dúvida, uma das mais importantes. Esse prazer é tanto maior nas regiões quentes e ensolaradas, É o caso de Itambé durante a Primavera e a época do estio.

            Até a década de 50, as pessoas e o Poder Público viam  na arborização de suas  ruas e das suas casas, um fator importante para o arejamento e  a beleza  de uma cidade. Nessa época, em Itambé, o passeio de todas as casas  do centro da cidade era arborizado com o “fícus” e outras plantas ornamentais. Quanto era belo, nessa época, a  paisagem das ruas e praças principais da cidade!

            Mas o que mais embelezava era o cuidado da poda que o seu mais antigo jardineiro, o Sr. Joaquim Oliveira (irmão do Sr. Wilson) e o Sr. Clemente  Pereira da Silva (Kelé), punham nessas árvores. Diariamente, eles cuidavam dessas árvores  como filhos seus e os elogios que a sociedade lhes davam mais prazer  pelo trabalho que realizavam.

            O amor à natureza, especialmente à árvore, era uma consequência da educação nas escolas. Costumava-se, durante toda a Primavera, plantar árvores na cidade e nos jardins. Esta atividade consistia num belo ritual que os estabelecimentos de ensino realizavam religiosamente com os professores e alunos. Dona Jamile Achy Nery (in memoriam), moradora tradicional  de Catolezinho, ainda sabia de cor os hinos específicos da primavera  que costumava cantar  nas festas  de 7 de Setembro, 2 de Julho, 15 de Novembro e 21 de Setembro, quando era adolescente em Itambé:


“A Primavera é uma estação florida.

Cheia de encanto e virginal fulgor

De flores enche o coração da vida

Enche de vida o coração de amor! bis

 

Ambas parecem quando  as vida chama

Ambas parecem, mas não são iguais.

A Primavera passa e depois volta.

E a mocidade não nos volta mais!. Bis “

 

Ou então este:

 

“Cavemos a terra,

Plantemos uma  árvore

A árvore é amiga

Ela nos dará.

Um dia ao voltarmos

Pedindo-lhe abrigo

As  folhas e os frutos

Ela nos dará.














 

 


sexta-feira, 8 de setembro de 2023

SETE DE SETEMBRO EM ITAMBE: uma festa apoteótico e marcante na cidade

            Foi realmente apoteótica e marcante a Parada cívica em Itambé para comemorar os 201 anos da Independência do Brasil. Carros alegóricos, grupos de crianças e adultos vestidos à caráter enchiam as ruas e praças de viço e alegria. 

           O tempo no início esteve bom com sol claro. Mas de repente a chuva caiu para a tristeza das escolas que foi obrigada a  desmanchar a ordem do desfile e permitir que os estudantes encostassem  nas paredes das lojas e das residências a fim de abrigar  os jovens da chuva. Enquanto isto  os professores traziam água para matar a sede dos estudantes. 

        A Parada de todas as escolas da cidade começou logo cedo e durou 4 horas. Continuou à tarde  com  o desfile do Colégio Polivalente, o mais importante estabelecimento atual do município interpretando a história  da Independência da Bahia.

       As calçadas das ruas por onde o desfile passou estavam cheias de gente e  vendedores ambulantes de salgados e doces, picolés, água e sorvete, além de artesanato variado.

             A parada culminou na Praça Osório Ferraz onde estavam as autoridades locais.