quinta-feira, 14 de setembro de 2023

A CHARRETE EM ITAMBÉ

                     O Brasil já era descoberto, mas Itambé não existia, quando na Europa carruagens douradas de reis, príncipes e nobres passeavam com damas e cavalheiros pelas belas ruas de Londres, Roma e Paris. Mas, quem pensa que charretes tracionadas por belos cavalos conduzindo cavaleiros e damas só existiam nesses grandes centros civilizados está enganado.

           Nas pequenas cidades do interior do Brasil, quando ainda não havia automóveis, era costume as famílias mais ricas possuírem essa modalidade de transporte para passear ou ir às fazendas próximas. Na década de 40 e início da década de 50, Itambé conheceu também esse belo transporte que tanto encanto e romantismo trás a nossa imaginação.

        Mesmo prevalecendo o carro de boi, o cavalo, o burro ou jumento como o transporte mais usual na Vila de Itambé, era comum, também, trafegar pelas ruas da cidade charretes tracionadas por belos cavalos conduzindo as filhas dos grandes coronéis e fazendeiros, Ariston Quadros, Belizário Ferraz, Valdívio Santos Silva, Dr. Carlos Lapa etc.

         Trazidas de Salvador, essas charretes com rodas de estrutura de ferro e coberturas de lona corriam macias pelas principais ruas da cidade nas tardes de estio, quando era costume moças passearem de braços dados pelo centro e pela Praça do Mercado ou para o Aeroporto onde se encontra hoje a atual AABB.

           Nos dias de festa, essas charretes costumavam ganhar uma decoração especial. Guarnecidas de cetim, folhagens e flores com as moças vestidas a caráter de damas, princesas, baianas etc., elas desfilavam pela rua da Passagem no centro ma cidade despertando a admiração do povo da Vila de Itambé.

            Com a chegada do primeiro automóvel trazido por Antonino Santos e  depois por Bolívar, as charretes e os carros de boi, mesmo colocadas em segundo plano, ainda circulavam na Vila de Itambé. A partir daí, as charretes se restringiam mais ao folclore das festas cívicas ou religiosas da cidade. Mas, sem dúvida, continuavam a alimentar a fantasia de crianças e adolescentes todas as noites, quando ouviam tantas histórias de rainhas, princesas e castelos. 













 


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