Já
quase extinta do cenário das ruas das cidades brasileiras, o Engraxate foi,
porém, uma profissão florescente em Itambé nas décadas de 50 e 60. Era comum
encontrarmos nas ruas da cidade, principalmente no centro, engraxates para
polir os sapatos de pessoas comuns e até autoridades.
Os meninos portavam caixas de madeira leves com que pudessem transportar de um lugar para outro. Seu trabalho se fazia com o cliente em pé. Mas havia outros de adultos que possuíam suas cadeiras fixas no centro da cidade. Foi o caso do Sr. Helvécio, o mais antigo engraxate de Itambé. Em sua cadeira sentaram Prefeitos, juízes, promotores, advogados, médicos, grandes fazendeiros e comerciantes.
Enquanto
lustravam os seus calçados essas personalidades costumavam ler o jornal “A
Tarde” ou conversar animadamente numa roda de amigos para saber as novidades
locais ou sobre a política brasileira em geral. Para essas personalidades o polimento
era mais caprichado por causa da importância delas e da gorjeta geralmente
melhor que ganhavam.
Além do “Código da Criança e do Adolescente” em nossos dias e o advento do consumismo, a modernidade e o “boom” dos tênis de plástico no mercado ocasionaram o seu desaparecimento na cidade e o ganho pão para muitas famílias e crianças pobres de Itambé. Atualmente, da profissão não resta nenhuma tenda de sapateiro na cidade senão a do filho do Sr. Helvécio, já modernizada, que ainda costuma consertar e lustrar sapatos de homens, mulheres e crianças na Praça San Filli de Itambé.
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