A vida
quotidiana em Itambé durante os dias semana iniciava às 6:00 horas com a Missa
frequente assistida pelos católicos mais fervorosos, especialmente, pelas
senhoras de idade. Com a chegada dos Padres Vocacionistas passou a contar,
também, com a presença dos estudantes do Internato. Enquanto o sino da Matriz
tocava para o ato religioso, o vendedor de leite acompanhado do jumento
percorria as ruas gritando: “Leite! Leite!” Leite”!
Quando a cidade já estava toda
acordada, era a vez das vendedoras de frutas e verduras percorrerem a cidade
com suas cestas nos braços ou na cabeça e os estudantes encherem as ruas com
suas fardas vistosase o seu encanto juvenil,
Às 800 horas, o comércio abria
suas portas e os bancos iniciaavam os seus expedientes normais. Situados bem próximos da Praça da Bandeira, onde já se
encontrava o jardim atual e o melhor comércio
da cidade, estavam os bancos da Bahia, e o Brasil, as Lojas do Sr. João Rucas, do Sr.
Valdívio, do Sr. Gustavo Fagundes e a Padaria Conceição do Sr. Flávio Simões,
onde funcionavam, ao mesmo tempo, uma Mercearia, uma Sorveteria, um cinema e um posto de gasolina. Tudo isto
se completava com o Bar do Olavo, estacionamento da “Marinete” que levava e ou
trazia pessoas de Vitória da Conquista diariamente.
Mas,
onde mesmo os políticos, os advogados, os médicos, os fazendeiros, etc. se
reuniam para o tradicional “bate-papo” era no Bar do Ivo Moreira. Aí, em pé ou
sentados na cadeira do engraxate Sr. Helvécio, eles tratavam de negócios,
de política e comentavam a vida alheia..
As
tardes eram reservadas para a elite frequentar o Clube Social, ou então, ir ver
e ou comprar alguma coisa no comércio, além de expor seus figurinos à sociedade local. No clube, costumavam os
jovens jogar ping-pong, o futebol de salão, o basquetebol, o Voleibol e o
bilhar, enquanto os mais velhos preferiam o Pôquer e o Buraco.
As
noites eram destinadas ao Clube Social, às Novenas da Igreja, algum evento no
Ginásio Gilberto Viana ou ao cinema, Havia 3 cinemas – Cine Conceição, Cine
Bolivar e o Cine Fox – bem frequentados e, geralmente, com uma programação
diária alternada e competitiva. Normalmente, as pessoas mais idosas preferiam ir ao Novenário. O Mês de
Maria sempre teve uma grande frequência por parte dos adultos e dos jovens de todas as classes sociais.
Para
a feira da cidade, aos sábados, afluía grande quantidade de homens, mulheres e crianças, procedentes da zona rural para
vender seus produtos, comprar mercadorias e passear. Era grande o movimento
nesse dia de gente e de animais pela cidade. Já o domingo, mais afeito ao
descanso e ao lazer, era destinado pelo povo para ir à Missa, às corridas de
cavalo, aos jogos de argolinha, às festas
no Cube Social e ao cinema. Neste dia, aos estudantes internos do Ginásio Gilberto Viana era dada liberdade para passear, namorar e rever sua família e
amigos. Os cinemas mantinham, aos domingos, duas sessões: a Matinée para as
crianças e adolescentes às 15:00 horas e a Soirée para os adultos às 20:00
horas.
Nas datas da Festa do Padroeiro, do São João, de 7 de Setembro e do Dia da Emancipação do Município, a comunidade toda se revestia de um aspecto mais brilhante e festivo. De todas elas, porém, a Festa do Padroeiro era. sem dúvida, a mais animada. Para ela afluíam pessoas da roça e muita gente de fora, não só para o Novenário e a Quermesse, quanto para a solenidade da Missa e da Procissão, geralmente, com a presença do Bispo Diocesano. Na frente da Matriz, durante o Novenário, era realizada a Quermesse com barracas típicas e o Leilão presidido por uma dama e um cavalheiro em prol da sobras sociais da Paróquia e gritado com muita animação por Hortêncio Mandu. Ao cavalheiro era destinado arrematar umas das prendas e oferecer à dama ao seu lado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário