sábado, 7 de outubro de 2023

AS ARTES E A CULTURA NA ITAMBÉ DE OUTRORA


     O grande surto da cultura e das artes em Itambé em nossos dias é, sem dúvida, um  acontecimento moderno. Mas, essa potencialidade já lhe despontava desde as suas origens, quando as Artes, a Música e as Letras eram cultivadas, mesmo de modo incipiente, na Itambé de outrora.

    Nessa época, as famílias dos coronéis e grandes fazendeiros  faziam questão de trazer de Vitória da Conquista, além do professor, músicos, pintores e escultores com que pudessem ensinar seus filhos a leitura, a escrita e as artes.

     Nas décadas de 30 e 50, era costume o incentivo da música, da poesia e do teatro por parte das famílias mais abastadas no seu próprio lar. O piano, o violino, o acordeon e o bandolim eram instrumentos musicais bastante cultivados na sociedade local, principalmente no Solar da Dona Josefina Ferraz, importante dama da sociedade itambeense. 

       Neste Solar habitado por  uma das damas  mais nobres de Itambé, Dona Arlete Flores esposa do Sr. Vavá Paím, costumava sua filha Aída tocar, às noites e dias especiais, o piano para entreter suas irmãs, amigas e amigos da sociedade local. Posteriormente, a Professora Aída formou um Conjunto Musical com os seus colegas do Ginásio Gilberto Viana, Flávio Scaldaferri no Saxofone, Albano Portela no Bongô, Sidney Sá Ribeiro no Violão que costumava se apresentar na ACRI - Associação Recreativa e Cultural de Itambé - em dias festivos.

     O mais importante músico da cidade, o Sr. Antônio Francisco Vasconcelos, veio de Vitória da Conquista e formou vários músicos na sociedade local. Seu filho, Dedé, continuou-lhe a vocação mais tarde. Unido a João Morais, Waldemar, Jeová e a tantos outros criaram uma Orquestra que tanto ânimo e  brilho deu às festas da ACRI.

      Para o teatro, as famílias costumavam realizar dramas compostos pelos seus próprios filhos e arranjados dentro da sala maior da casa. Convidavam-se os parentes e amigos para a encenação dos dramas compostos  por elas mesmas. Para sua encenação, usavam-se cobertas ou lençóis e sua realização era feita na sala maior da casa. O vestuário e o cenário eram elaborados com roupas e os móveis velhos de casa.

      A pintura e a escultura eram artes também cultivadas nessa época. O óleo sobre tela já tinha chegado ao interior para despertar nas famílias o prazer pela artes plásticas. A Poesia era geralmente praticada na sociedade e os poemas eram transcritos em caderninhos de escola.

      Nas Letras, lia-se com freqüência romances da escola romântica francesa ou brasileira. José de Alencar, Alexandre Dumas e Castro Alves eram bastante lidos pela classe alta, enquanto o povo letrado se contentava com o Cordel adquirido nas feiras livres da cidade e trazido por mascates.

       A chegada dos Padres Vocacionistas veio consolidar a cultura local. Além de educadores exímios, esses religiosos incrementaram no Ginásio Gilberto o teatro, a música e as artes. Na década de 60, sempre havia peças de teatro para serem apresentadas para a sociedade local e os estudantes. O Pe. Polito encenou com brilho a Batalha de Guararapes e a Vida de São Sebastião no Salão Nobre do Ginásio Gilberto Viana  para os pais dos alunos e a sociedade itambeense. O Pe. Antônio Franco Rocha costumava fazer sonetos que eram lidos nas salas de aula. E o Padres Vicente Angiuoni e Vicente Russo sempre procuravam incentivar o Canto Orfeônico nas salas de aula lembrando músicas populares da Itália. 

        Como Pároco e Diretor do Ginásio, o  Pe. Juracy Marden Mendes Pires tem sido um grande promovedor da arte cristã  em nossos dias. Além do Museu João Paulo II, ele tem sido um grande incentivador do  teatro, da escultura, da música  e  da pintura na Paróquia. Os monumentos, a Porta Santa, o Morro do Bom Jesus, o São Cristóvão, o Padre Eterno, são alguns exemplos do que realizou na cidade













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