quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

A VIDA QUOTIDIANA DE ITAMBÉ NA DÉCADA DE 50

 

                A vida quotidiana em Itambé durante os dias da semana iniciava às 6:00 horas com a Missa frequente assistida pelos católicos mais fervorosos, especialmente, pelas senhoras de idade. Com a chegada dos Padres Vocacionistas passou a contar, também, com a presença dos estudantes do Internato. Enquanto o sino da Matriz tocava para o ato religioso, o vendedor de leite acompanhado do jumento percorria as ruas gritando: “Leite! Leite!” Leite”!

                Quando a cidade já estava toda acordada, era a vez das vendedoras de frutas e verduras percorrerem a cidade com suas cestas nos braços ou na cabeça e os estudantes encherem as ruas com suas fardas vistosas e o seu encanto juvenil,

                Às 800 horas, o comércio abria suas portas e os bancos iniciavam os seus expedientes normais. Situados  bem próximos da Praça da Bandeira, onde já se encontrava o jardim atual e o melhor comércio  da cidade, estavam os bancos da Bahia,  do  Brasil, as Lojas do Sr. João Rucas, do Sr. Valdívio, do Sr. Gustavo Fagundes e a Padaria Conceição do Sr. Flávio Simões, onde funcionavam, ao mesmo tempo, uma Mercearia, uma Sorveteria,  um cinema e um posto de gasolina. Tudo isto se completava com o Bar do Olavo, estacionamento da “Marinete” que levava e ou trazia pessoas de Vitória da Conquista diariamente.

Mas, onde mesmo os políticos, os advogados, os médicos, os fazendeiros, etc. se reuniam para o tradicional “bate-papo” era no Bar do Ivo Moreira. Aí, em pé ou sentados na cadeira do engraxate Sr. Helvécio, eles tratavam de negócios, de  política e comentavam a vida alheia.

 As tardes eram reservadas para a elite frequentar o Clube Social, ou então, ir ver e ou comprar alguma coisa no comércio, além de expor seus figurinos  à sociedade local. No clube, costumavam os jovens jogar ping-pong, o futebol de salão, o basquetebol, o Voleibol e o bilhar, enquanto os mais  velhos  preferiam o Pôquer e o Buraco.

As noites eram destinadas ao Clube Social, às Novenas da Igreja, algum evento no Ginásio Gilberto Viana ou ao cinema, Havia 3 cinemas – Cine Conceição, Cine Bolivar e o Cine Fox – bem frequentados e, geralmente, com uma programação diária alternada e competitiva. Normalmente, as pessoas mais  idosas preferiam ir ao Novenário. O Mês de Maria sempre teve uma grande frequência  por parte dos adultos e  dos jovens de todas as classes sociais.

Para a feira da cidade, aos sábados, afluía grande quantidade  de homens, mulheres  e crianças, procedentes da zona rural para os  seus produtos, comprar mercadorias e passear. Era grande o movimento nesse dia de gente e de animais pela cidade. Já o domingo, mais afeito ao descanso e ao lazer, era destinado pelo povo para ir à Missa, às corridas de cavalo, aos jogos de argolinha, às festas  no Cube Social e ao cinema. Neste dia, aos estudantes internos  do Ginásio Gilberto Viana  era dada liberdade  para passear, namorar e rever sua família e amigos. Os cinemas mantinham, aos domingos, duas sessões: a Matinée para as crianças e adolescentes às 15:00 horas e a Soirée para os adultos às 20:00 horas.

Nas datas da Festa do Padroeiro, do São João, de 7 de Setembro e do  Dia da Emancipação do Município, a comunidade toda se revestia de um aspecto mais  brilhante e festivo.  De todas elas, porém, a Festa do Padroeiro era. sem dúvida,  a mais animada. Para ela afluíam pessoas da roça e muita gente de fora, não só para o Novenário e  a Quermesse, quanto para a solenidade da Missa e da Procissão, geralmente, com a presença  do Bispo Diocesano. Na frente da Matriz, durante o Novenário, era realizada a Quermesse com barracas típicas e o Leilão presidido por uma dama e um cavalheiro  em prol das obras sociais da Paróquia e  gritado com muita animação por Hortêncio Mandu. Ao cavalheiro era destinado arrematar umas das prendas e oferecer à dama ao seu lado.











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