sexta-feira, 22 de março de 2024

O LENHADOR EM ITAMBÉ

        Das figuras folclóricas e populares da história do município, os lenhadores João Lascador e Jesuíno (Sr. Zu) , foram figuras típicas na cidade na década de 40.  Enquanto o primeiro se perde nas brumas do passado,  o Sr. Zu, falecido com  quase 9O anos na década de 8O é mais conhecido e lembrado por todo o itambeense. Além de desbravador da Piabanha, da Limeira, do Catolé, da Jiboia e da Serra do Marçal, foi também um dos mais eficientes limpadores de quintais da zona urbana da cidade. Era o fornecedor  natural de lenha para várias famílias da comunidade. Seu trabalho era indispensável na cozinha, na construção civil da zona urbana e rural.

             Sua  presença na cidade era amiga, embora assustasse as crianças porque era preto e dentuço. Trabalhava em silêncio parecendo conversar com os animais e auscultar as aves por perto.

         O Lenhador foi uma das figuras da história da humanidade que muito contribuiu para o desbravamento orgânico e natural do mundo até o advento da tecnologia atual. A grande predação e extinção das matas em nossos dias não existia no passado, quando a extração da madeira era feito individualmente e a machado. O fenômeno assustador que tanto tem preocupado o país, especialmente o IBAMA, com a extinção de espécies da fauna e da flora, é moderno e se deveu à falta de conscientização do desenvolvimento sustentável só agora apregoado pela mídia em nossos dias.

         Até a década de 60, o município de Itambé era rico de madeiras de lei. O cedro, a peroba, a sucupira, o  jacarandá, etc. abundavam nossas matas. Tanto é que o seu Brasão de Armas ostenta, como suporte, um feixe de madeiras. A existência do lenhador ou  mesmo do serrador não comprometia o meio ambiente nem impedia o florescimento da construção civil e a indústria de móveis.

        Carpinteiros famosos, como o Sr. José de Alaíde, fizeram mobílias de jacarandá em vários estilos e que são, até hoje, guardadas com carinho por famílias tradicionais de Itambé e da região. Atualmente, dessa riqueza, só resta a saudade. O mau uso da moto serra e do automóvel extinguiu, praticamente, todas as suas reservas.



















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