Quem vê superficialmente a vida das pessoas do interior da Bahia ou do
Brasil, não se dá conta de certas profissões informais que tanta vida dava às
cidades. São as quituteiras de salgados mais diversos, dos vendedores de picolé
e de espetinho e de leite. Dentre estes estão os carroceiros de areia.
O carroceiro de areia é uma profissão bem antiga na cidade
de Itambé. Nos seus primórdios, o município necessitava muito da tração animal para o transporte de
gêneros agrícolas e manufaturados. O automóvel ainda não havia chegado ao
município e o transporte mais usado era o cavalo, o burro e o carro de boi. Com
o advento do automóvel e do pneumático, vieram, também, a charrete usada para a
locomoção de fazendeiros e a carroça com a finalidade quase exclusiva do
transporte de mudas, de gêneros alimentícios e de material de construção.
As
charretes foram extintas com a chegada do carro, porém, a carroça ainda, hoje,
é usada para o transporte mais diverso, do qual o mais freqüente é a areia.
Trazida do Rio Pardo ou do Verruga, a areia é vendida, até hoje, na cidade por carroceiros
que viviam quase exclusivamente dessa profissão.
Antigamente havia na cidade
aproximadamente cerca de 30 carroceiros e todos eles costumavam fazer uma média
de 4 “carradas” por dia e costumavam levar areia, tijolos,
telhas, cimento, muda, gêneros alimentícios, etc. Para o Sr. Osvaldo Neris da
Silva, carroceiro já aposentado que chegou a fazer 10 “carradas” por dia, essa
profissão deu para sustentar perfeitamente a família durante toda a sua vida.
Mas para o seu Maurício foi uma profissão que só deu, exclusivamente, para “o pão de
cada dia”. Além do milho e das ferraduras periódicas para o animal, o que sobrava era muito pouco para ter uma vida mais digna.
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