domingo, 12 de novembro de 2023

Casimiro de Abreu: um poeta popular em Itambé


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as décadas 40 50, quando o romantismo ainda impregnava as escolas do Brasil, era costume  ler romances e  poesias na sociedade como, atualmente, se assistem novelas na TV. Os mais importantes romances brasileiros de José de Alencar, de Machado de  Assis, de Manuel Antônio de Almeida de Bernardo Guimarães, etc. eram publicados  nos folhetins da época em capítulos. A expectativa desses jornais sociedade era semelhante aos nossos dias pelos capítulos de tantas novelas da televisão brasileira. “Moreninha” de Manuel Joaquim de Macedo foi, por exemplo, um dos romances publicados numa gazeta do Rio de Janeiro que teve mais ibope na Corte do Rio de Janeiro.

            Mesmo sem o acesso fácil ao jornal no interior do país  para acompanhar esses folhetins que só se  circulavam nas capitais, a família dos Coronéis ou grandes fazendeiros costumavam ler os romances dos principais escritores brasileiros e estrangeiros. Romances como Os Três Mosqueteiros, Iracema, O Guarani, Iaiá Garcia, Espumas Flutuantes, O Navio Negreiro não faltavam em nenhuma casa ou fazenda.

             As escolas prescreviam, também, Antologias que traziam, geralmente, os fragmentos mais belos da Literatura Brasileira. Além de lidas com freqüência, as poesias eram, também, declamadas nas festas mais importantes do país. A arte da declamação era, pois, uma expressão cultural admirada na escola e na sociedade.

            Dos poetas, Casimiro de Abreu era, sem dúvida, um dos mais populares do Brasil. O poeta da saudade, falecido aos 21 anos, não chegou a se libertar das figuras da mãe, da irmã e da sua infância. Autor simples e fluente, suas poesias são feitas para recitar. Quem ainda não leu “Meus oito anos”  ou “A canção do exílio”?

             Em Itambé, a vida cultural não foi diferente do país. Tanto na escola Teixeira de Freitas, quanto posteriormente no Ginásio Gilberto Viana,  essas poesias eram tanto apreciadas que costumavam ser recitadas e declamadas nas principais festas cívicas  da cidade. O Pe. Antônio Franco Rocha não só costumava fazer poesias, como também declamar em sala de aula. A maior  declamadora de poesias em Itambé nessa época  foi Dona Doralice Teixeira.








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